Viagem até ele

Era 26 de janeiro... acordei estremunhada depois de uma longa noite de insônias e ansiedade de finalmente o ver.

Levantei-me indisciplinadamente, com cabelo desgrenhado, uma olheiras carregadas, um ar cansado, mas curiosa pelo que iria acontecer.

Mala às costas... 09:18 da manhã, o comboio chega, entro, sento-me e penso: e quando este comboio parar no Porto, que faço?? Sorrio?? Abraço?? A velha história dos dois beijinhos?? Estava genuinamente nervosa.

Parou... saio, o telemóvel estremece, era ele, já o vejo ao longe, estava igualmente lindo desde a última foto que vira dele, abraçámo-nos, o sorriso cresceu em ambos os rostos.

Seguimos caminho, a conversa fluiu e o que eram 2km até casa dele desfizeram-se no que pareceu segundos. Já era hora de almoço, como o tempo passou rápido, cozinhámos, ele mais do que eu entre abraços e sorrisos, dançava pela cozinha enquanto ele se dedicava ao arroz.
O meu pensamento fluía entre a fome que tinha e a vontade de o beijar.
Comida pronta... uma mera secretária no quarto e dois pratos, era ali que íamos almoçar, em marcha voltamos à cozinha para as caipirinhas de morango que ele me prometera, não bebi logo já ele foi dando pequenos golos.
Fomos até ao quarto e deitámo-nos na cama naquela que seria uma conversa descansada, mas os olhares cruzaram-se, o sorriso já era inegável, aproximou-se e os nossos lábios tocaram-se, o beijo aconteceu!

O clima aqueceu, a música proliferava no ar, um ar longínquo daquele que seria um momento feliz e de prazer para ambos.Lentamente ele beijáva-me, paráva para sorrir, despia-me elegantemente, as marcas ficavam no meu pescoço, os meus seios estavam arrepiados pelo toque das mãos e dos lábios dele.

Despi-o, o agarrar no cabelo dele, os arranhões nas costas que me teria feito.O clima aqueceu e deixei o que seria de esperar acontecer.Acabou, passámos horas ali abraçados enquanto nos acariciávamos, aquele cafuné um ao outro, a cara de parvos de ambos, mas sobretudo o ar de felicidade, o descansar em conchinha tendo aquele contacto da pele dele.O que eram horas pareciam ter sido resumidas a minutos, chegará o momento de voltar a partir, acabámos  as caipirinhas e seguimos caminho em passo acelarado entre abraços e o toque das nossas mãos.

O último beijo, daquele dia, mas também durante um tempo indeterminado cheio de incertezas.
Entro no comboio, as portas fecham-se, olho para ele uma última vez e puff... o comboio partiu.

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